Dois ex-dirigentes do Sport Club Internacional e mais quatro pessoas foram condenadas por estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, crimes cometidos entre novembro de 2015 e dezembro de 2016, conforme decisão do Juiz de Direito Ricardo Petry Andrade, da 2ª Vara Estadual de Processo e Julgamento dos Crimes de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro da Comarca de Porto Alegre.
Os réus foram condenados no âmbito da Operação Rebote, promovida pelo Ministério Público Estadual. Pelo esquema denunciado, cerca de R$ 345 mil foram desviados do Internacional, em diferentes ocasiões, com participação e para benefício dos envolvidos na forma de pagamentos de despesas indevidas de viagens e compra de bens. Além das penas privativas de liberdade, a decisão determina que os réus devolvam ao clube os valores desviados.
O ex-Presidente do Internacional, Vitorio Carlos Costi Piffero, foi condenado a 12 anos e três meses de reclusão por estelionato e lavagem de dinheiro. Ele foi acusado de participar de esquema de direcionamento de valores (R$ 63.450,00) oriundos do clube em benefício de parentes mediante artifícios administrativos e contábeis. O esquema, destinado à compra de um automóvel, envolveu pagamento a uma agência de viagens, com participação dos sócios da empresa, também condenados. A esposa de Piffero foi condenada por lavagem de dinheiro.
“O conjunto probatório é firme no sentido de que os réus se utilizaram de artifícios administrativos e contábeis para induzir os funcionários do Sport Club Internacional tendo o cheque sido emitido para a Piratini Agência de Viagens, inclusive para dissimular a origem e a real propriedade dos valores, na medida em que, na mesma data, os valores foram destinados em favor de Vitório”, concluiu o Juiz na decisão.
Já Pedro Antonio Affatato, então Vice-Presidente de Finanças do Internacional, foi condenado a 76 setenta e seis anos, um mês e 15 dias de reclusão por crimes de estelionato (11 vezes), lavagem de dinheiro (5 vezes) e organização criminosa. Ele teria avalizado notas fiscais sobre serviços nunca prestados relacionados a viagens, que foram pagos com dinheiro do clube.
De acordo com a sentença, era o ex-dirigente quem liderava a organização criminosa, crime do qual foi denunciado junto com três empresários também condenados. “Na condição de Vice-Presidente de Finanças do Sport Club Internacional, organizava a dinâmica criminosa empreendida pelo grupo, desde a orquestração do conteúdo inverídico, referente aos serviços e ao valor, das notas fiscais emitidas pelo corréu Sergio, em nome da LC Turismo ou da SC Turismo e Serviços, além dedar ordem de pagamento a essas notas, viabilizando, os desvios dos recursos; até a lavagem do capital ilícito”.
Os empresários Sergio Luiz Gomes da Cunha, Marconi Müller e Maria Coreti Lippert, foram condenados a penas entre 50 e 62 anos de reclusão. Outro réu, Lucas Mantelli da Cunha, foi absolvido das acusações.
Cabe recurso da decisão.
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TJRS