Em júri realizado nesta sexta-feira (19/8), no Foro Central I de Porto Alegre, os jurados decidiram pela condenação de três dos quatro acusados que foram a julgamento pelo assassinato de M.O.D., crime ocorrido no estacionamento de um supermercado, na Zona Sul da Capital, em outubro de 2016. O empresário foi alvejado na frente da filha de 4 anos. A menina também levou um tiro, mas sobreviveu.
Em conformidade com o veredito do Conselho de Sentença, o Juiz de Direito Tadeu Trancoso proferiu a sentença por volta das 3h30 da madrugada de sábado (20/8), após quase 18 horas de sessão de julgamento. As penas dos réus considerados culpados são as seguintes:
R.P.A.: 50 anos, 9 meses e 17 dias (homicídio consumado, homicídio tentado, associação criminosa, receptação)
B.S.T.: 47 anos, 9 meses e 1 dia (homicídio consumado, homicídio tentado, associação criminosa)
C.H.S.D.: 31 anos, 8 meses e 14 dias (homicídio consumado, homicídio tentado, associação criminosa e receptação)
G.B.A.: absolvido
Os quatro responderam ao processo presos preventivamente. Eles foram denunciados por homicídio e tentativa de homicídio, ambos triplamente qualificados. E também por organização criminosa, receptação e adulteração de veículo automotor, por usarem um carro roubado com placa adulterada, além de corrupção de menores, pela presença de uma adolescente no bando. Porém, nenhum foi condenado pelo crime de corrupção de menores.
Ainda um quinto acusado, F.F., será julgado pelos mesmos crimes. A menor envolvida no caso foi responsabilizada e cumpre medida socioeducativa de internação sem possibilidade de atividade externa.
O júri
A sessão teve início na manhã desta sexta-feira (19) no salão do júri do 5º andar do prédio I do Foro Central. Sem a participação de testemunhas, apenas os réus foram ouvidos. B.S.T. foi o primeiro a falar. Ele é acusado de ter sido o mandante do crime, mesmo estando preso, o que ele negou. Na sequência, o réu C.H.S.D., admitiu que atirou na porta traseira do carro. Em seguida, houve o interrogatório de Geovani Bueno Antunes. Ele disse não ter tido participação no assassinato e que nem chegou a estar no local naquele dia.
O último a falar foi R.P.A. Ele confessou ter atirado por engano no empresário após ter sido induzido ao erro por uma adolescente a quem ele pediu ajuda para identificar o homem que seria alvo dos tiros. “O objetivo era o Dimas, que tentou me matar uma vez. Eu não o conhecia, mas a C. conhecia. Então, ela ia indicar quem era o Dimas pra mim, mas ela mentiu pra mim”. Ele disse que os réus Bruno e Geovani não tiveram envolvimento na emboscada que resultou na morte do empresário.
Réu confesso, Rafael, sustentou que a menor de idade C., teria confirmado de propósito que o motorista era o desafeto a quem ele tinha intenção de matar. De acordo com o depoimento, eles não viram a criança dentro do carro. “Quero ser condenado e quero pedir perdão para a família dele, de coração”, afirmou ele.
TJRS