Em júri encerrado por volta das 23h dessa terça-feira (12/11), foi condenado o acusado de causar a morte da adolescente Bruna Lopes Capaverde, de 15 anos, após provocar colisão de automóveis em avenida no Bairro Navegantes, na zona norte de Porto Alegre, com dolo eventual – quando se assume o risco de matar. O réu, Diego Alberto Joaquim da Silva, também foi condenado pelas tentativas de homicídio de outras três pessoas que estavam no mesmo veículo de Bruna, com pena total 12 anos e 6 meses, em regime inicial fechado. Ele poderá recorrer em liberdade.
O julgamento aconteceu no Foro Central Porto Alegre, presidido pela Juíza de Direito Lourdes Helena Pacheco da Silva, da 2ª Vara do Júri da Comarca da capital. Conforme decisão dos jurados, houve desclassificação dos crimes de tentativa de homicídio contra as três pessoas que estavam no mesmo carro do réu para outros crimes diversos dos dolosos contra a vida, que prescreveram, assim como a prática do delito de embriaguez ao volante, que também prescreveu.
Após o sorteio dos jurados (seis mulheres e um homem), o julgamento iniciou às 10h dessa terça, com o depoimento de duas vítimas, pai e filha que sobreviveram ao acidente. Em seguido foi realizado o interrogatório do réu, que optou pelo direito parcial ao silêncio, respondendo apenas às perguntas da própria defesa e dos jurados.
Os debates entre defesa e acusação, assim com a réplica e a tréplica, aconteceram até o início da noite. A defesa do réu foi conduzida pelos advogados Adriano Kot, Marcelo Von Saltiel de Andrade e Antônio Balczarek Mucelin. Na acusação, atuou o Promotor de Justiça Luiz Eduardo Azevedo.
Fato
Conforme a denúncia do Ministério Público, na madrugada de 16/11/2013, por volta das 5h30, na Avenida Brasil, esquina com a Avenida Pernambuco, no Bairro Navegantes, Diego dirigia um veículo Corsa sob efeito de álcool e em alta velocidade. Segundo o MP, ignorando o sinal vermelho, ele cruzou a avenida e colidiu violentamente com um veículo Ecosport, conduzido por Eudom Derlam de Moraes.
Bruna, que estava no veículo de Eudom, não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Além de Bruna, o impacto causou ferimentos a outras pessoas. Marina Santos de Moraes (filha de Eudom) sofreu múltiplas fraturas; Rafaela Scur Lima teve traumatismo abdominal e outras lesões; Eudom Derlam de Moraes, pai de Bruna, também ficou ferido, assim como Tainá Conceição Bernard, que sofreu traumatismo cranioencefálico e várias lesões corporais.
Após a colisão, o réu fugiu do local sem prestar socorro às vítimas, dirigindo perigosamente na contramão pela Avenida Pernambuco. Ele foi detido por agentes públicos na Avenida Castelo Branco, distante do local do acidente. Segundo a denúncia, Diego agiu de forma dolosa, por estar embriagado e dirigindo de maneira imprudente, colocando em risco a vida de terceiros.
TJRS