O réu Caio Cezar Alves de Aguiar, de 34 anos, acusado de tentar matar sua ex-namorada Elenice Rodrigues dos Santos, de 19 anos, utilizando um capacete, e de roubar o aparelho celular de Aurenice Dias Borbosa, vai a julgamento nesta quinta-feira (13), a partir das 8h30, no Fórum Cível da comarca de Goiânia. O crime aconteceu no dia 19 de janeiro de 2020, no Setor Jardim América, nesta capital. A sessão do júri popular será presidida pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 3ª Vara dos Crimes Dolosos contra a Vida e Tribunal do Júri de Goiânia.
Conforme o Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), o denunciado e a vítima Elenice viveram em união estável por aproximadamente cinco meses, cuja relação era marcada por diversas agressões físicas e verbais praticadas por ele, geralmente ocasionadas pelo excessivo ciúme que ele tinha de sua companheira. Em razão das constantes agressões sofridas, Elenice resolveu, no dia 21 de dezembro de 2019, se separar do denunciado, pedindo abrigo a uma amiga dela, Aurenice Dias Barbosa. A partir daí, o denunciado passou a enviar com frequência mensagens para o celular de Elenice fazendo ameaças.
Embora ele não soubesse para onde Elenice havia se mudado junto com a sua filha, poucos dias depois, coincidentemente, ele a encontrou na rua, e novamente a agrediu com vários tapas. Neste dia, quando Elenice conseguiu se desvencilhar dele, saiu correndo e entrou na casa onde estava morando, fato que foi notado por ele. No dia 19 de janeiro de 2022, durante a madrugada, o denunciado foi à casa onde a ex-companheira estava morando e chamou por Elenice. Porém, Aurenice foi atendê-lo e falou que ela havia ido embora com sua filha. Contudo, ele não acreditou, momento em que pulou o muro, arrombou a porta e entrou na casa dela.
Na sequência, Caio Cezar avançou sobre a vítima Elenice e passou a golpeá-la com o capacete, em várias partes de seu corpo, notadamente na cabeça, mas também aplicava socos e chutes nela, quando notou posteriormente que ela havia desfalecido. A Polícia Militar foi acionada e o prendeu em flagrante. Ao ser interrogado, ele afirmou que sua intenção era mesmo de matar Elenice. A vítima foi encaminhada ao hospital, recebendo pronto atendimento médico.
Consta, ainda, que o denunciado, quando estava deixando o local onde tentou matar Elenice, ordenou que a vitima Aurenice lhe entregasse o seu aparelho celular que estava na sua mão. Como ela resistiu em entregar o celular, ele ameaçou agredi-la com o capacete, motivo pelo qual, vencida a resistência dela, ele apanhou o aparelho na mão dela e fugiu. Para o parquet, o fato ficou demonstrado que o crime doloso contra a vida foi praticado contra a mulher por razões da condição do sexo feminino, no contexto de violência doméstica e familiar, tendo restado caracterizada a relação íntima de afeto entre as partes.
TJGO