A sessão do Tribunal do Júri da última sexta-feira (10/3), na comarca de Concórdia, no Oeste, durou pouco mais de seis horas. Apesar do tempo relativamente curto para um julgamento, foi o suficiente para decidir sobre o futuro do acusado da morte da namorada em 2 de dezembro de 2021. O corpo da vítima nunca foi localizado.
O conselho de sentença – formado por quatro mulheres e três homens, por sorteio – reconheceu as qualificadoras de morte por asfixia, dissimulação, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio. Com isso, o réu foi condenado a 17 anos e quatro meses de prisão, em regime fechado. A pena também inclui a condenação pelo crime de ocultação de cadáver. A sentença determina ainda o pagamento de R$ 50 mil como indenização por danos morais aos herdeiros da vítima.
O crime, que causou grande comoção na comunidade, teve desfecho judicial um ano e três meses após os fatos, justamente na semana em que se comemorou o Dia Internacional das Mulheres. Familiares e amigos da vítima, ainda consternados, acompanharam o julgamento.
O crime
De acordo com a denúncia, a vítima pretendia terminar o relacionamento na noite de 2 de dezembro de 2021. Câmeras de segurança a mostram no momento em que entra no carro do namorado, depois do expediente e, na sequência, quando aguarda o acusado abrir a porta de casa, em Concórdia. Quatro dias depois, a família registrou o desaparecimento às autoridades policiais. Em 8 de dezembro, o homem foi preso.
Ainda segundo o Ministério Público, o agressor confessou que asfixiou a mulher com um cinto e, pela manhã, enrolou o corpo em um lençol para colocá-lo no porta-malas do carro. Depois, deslocou-se para a cidade vizinha de Alto Bela Vista, distante 35 quilômetros. No interior do município, jogou a mulher no lago de uma hidrelétrica, com uma pedra amarrada. O local chega a 25 metros de profundidade. Depois de 15 dias de buscas, os mergulhadores encerraram os trabalhos. O corpo continua desaparecido. O processo tramita em segredo de justiça.
TJSC