Decisão acolheu entendimento da promotoria de que o réu não tinha atenção de ferir a vítima
Jurados do 2º Tribunal do Júri de Belém, presidido pelo juiz Homero Lamarão Neto, por maioria dos votos absolveram Wagner Mariano Abbate de Oliveira, 44, comerciante acusado do atentado que vitimou David Carol Lopes Arraes, 42.
A decisão acolheu o entendimento do promotor Nadilson Portilho Gomes que considerou que o réu não teve intenção de atingir a vítima, já que o disparo foi efetuado para baixo atingindo o chão. O promotor do júri argumentou que, se o réu quisesse matar a vítima teria feito outros disparos, contra a vítima.
O advogado Rodrigo Tavares Godinho que trabalhou na defesa do réu, ratificou entendimento da promotoria de Justiça, de que ele não tinha intenção de lesionar a vítima. O advogado argumentou que a vítima, que teve outras causas da morte, era alguém envolvido em conflitos com vizinhos.
David Carol, ouvido durante o processo, disse em audiência que sofria perseguição, desde quando passou a morar no condomínio, e por isso resolveu deixar o local. No dia do fato, a vítima encontrou com o desafeto no corredor, e começaram as agressões verbais, e ao perceber que Wagner Mariano retirou do bolso da calça uma arma saiu correndo, mas ouviu o estampido do tiro.
O episódio ocorreu em outubro de 2022, na área comum do condomínio Santo Afonso, na avenida Conselheiro Furtado, bairro Cremação, em Belém.
Em interrogatório, Wagner Abatte, confessou que fez o disparo para intimidar o vizinho, que o perseguia e a sua companheira, por isso chegou a registrar ocorrência policial. O réu alegou que não tinha intenção de lesionar a vítima, mas assustá-la. Ele disse ainda que, atirou a arma no canal e seguiu para o trabalho.
Imagens de câmeras de segurança do prédio registraram a ocorrência. Policiais que estiveram no local recolheram o projétil disparado e prenderam o comerciante no local de trabalho. A arma usada pelo acusado nunca foi encontrada pelas autoridades.
TJPA