Foi mantida a validade do júri e a pena imposta a Leandro Boldrini, acusado de ser o mentor intelectual da morte do filho Bernardo. O réu seguirá cumprindo a pena de 31 anos e 8 meses de prisão a que foi condenado em júri ocorrido em março de 2023. A decisão é da 3ª Câmara Criminal do TJRS que julgou improcedentes os recursos do Ministério Público para aumentar a pena e da defesa que buscava a anulação do julgamento.
A análise dos recursos foi realizada em sessão virtual iniciada em 23/2 e encerrada nesta quinta-feira (29/2). O resultado foi disponibilizado hoje por volta das 19h40min.
O Desembargador Rinez da Trindade foi o relator das apelações.
Acompanharam o voto do relator o Desembargador José Luiz John dos Santos e o Juiz de Direito Thiago Tristão Lima.
Caso
Bernardo Boldrini tinha 11 anos quando desapareceu, em Três Passos, no dia 04/04/14. Seu corpo foi encontrado dez dias depois, enterrado em uma cova vertical em uma propriedade às margens do rio Mico, na cidade vizinha, Frederico Westphalen.
No mesmo dia, o pai e a madrasta da criança, Graciele Ugulini, foram presos, suspeitos, respectivamente, de serem o mentor intelectual e a executora do crime, com a ajuda da amiga dela, Edelvânia Wirganovicz. Dias depois, Evandro Wirganovicz (irmão de Edelvânia) foi preso, suspeito de ser a pessoa que preparou a cova onde o menino foi enterrado.
Julgamento
O júri dos quatro réus (Leandro Boldrini, Graciele Ugulini, Edelvânia Wirganovicz e Evandro Wirganovicz) ocorreu entre os dias 11 e 15 de março de 2019, resultando na condenação de todos eles. Em dezembro de 2021, o 1º Grupo Criminal do TJRS acolheu recurso da defesa de Leandro Boldrini, que contestou a conduta do Promotor de Justiça durante interrogatório do réu em plenário, e determinou a anulação do júri. Embora anulado o julgamento de Leandro, a prisão preventiva dele não foi revogada. O novo julgamento ocorreu em março de 2023.
Penas impostas
Leandro Boldrini (pai da criança) – 31 anos e 8 meses de prisão em regime fechado, sendo 30 anos e 8 meses pelo crime de homicídio quadruplamente qualificado e 1 ano pela falsidade ideológica
Graciele Ugulini (madrasta) – 34 anos e 7 meses de prisão em regime fechado, sendo 32 anos e 8 meses por homicídio e 1 ano e 11 meses por ocultação de cadáver
Edelvânia Wirganovicz (amiga da madrasta) – 22 anos e 10 meses em regime fechado, sendo 21 anos e 4 meses por homicídio e 1 ano e 6 meses por ocultação de cadáver
Evandro Wirganovicz (irmão da amiga da madrasta) – 9 anos e 6 meses em regime semiaberto, sendo 8 anos por homicídio simples e 1 ano e 6 meses por ocultação de cadáver
Situação atual dos réus
Leandro Boldrini está no regime semiaberto, cumprindo pena no Presídio Regional de Santa Maria.
Graciele Ugulini está no regime fechado, cumprindo pena no Presídio Estadual Feminino Madre Pelletier
Edelvânia Wirganovicz está no regime semiaberto, em prisão domiciliar com monitoramento eletrônico.
Evandro Wirganovicz já cumpriu a pena de prisão, extinta em 23/1/2024.
https://www.tjrs.jus.br/novo/noticia/caso-bernardo-mantida-validade-de-juri-e-pena-imposta-a-leandro-boldrini/
TJRS