Foi condenada hoje (8/8), pelo Tribunal do Júri da Comarca de Santa Cruz do Sul, a ré Marcella de Sales, acusada pelo homicídio de uma mulher decorrente da aplicação de injeções de silicone industrial. A pena foi de sete anos de reclusão, em regime semiaberto.
O julgamento foi presidido pela Juíza de Direito Márcia Inês Doebber Wrasse. Na sentença, a magistrada registrou que a culpabilidade da acusada é de grau elevado, isso porque “cometeu o delito realizando procedimento clandestino de aplicação de silicone industrial na vítima, em local impróprio, sem a devida formação profissional, sem conhecimento técnico na área de medicina e sem as mínimas condições sanitárias”. A confissão da ré foi considerada como atenuante da pena.
A juíza destacou ainda que, conforme o depoimento de testemunhas, mesmo tendo percebido que a vítima estava passando mal após o procedimento e apresentando sangramento anormal, “deixou o local da aplicação sem lhe prestar socorro, o que denota o dolo exacerbado em sua conduta, merecendo reprimenda mais severa”.
Atuaram em plenário o Promotor de Justiça Gustavo Burgos de Oliveira, pela acusação, e o Defensor Público Arnaldo França Quaresma Júnior. Foi ouvida como única testemunha a Delegada de Polícia que investigou o caso. A ré não foi interrogada.
A ré poderá recorrer em liberdade.
Caso
O fato aconteceu no dia 27/8/20. Conforme a denúncia do Ministério Público Estadual, a vítima, que tinha 20 anos na época dos fatos, recebeu aplicações do material nos quadris e nádegas. Depois de passar mal, foi internada em hospital da região, onde permaneceu por quatro dias, até morrer. A causa da morte registrada foi síndrome séptica (infecção generalizada) secundária à injeção de silicone industrial, resultante das lesões ocasionadas durante o procedimento.
TJRS