O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) atingirá, em breve, um marco tecnológico com a migração de sua principal plataforma jurisdicional, o eproc, para a Nuvem. Inicialmente planejada para ser executada em seis meses, a iniciativa foi acelerada devido às recentes inundações que devastaram o Estado, comprometendo a infraestrutura do Tribunal. A estimativa é que o processo seja concluído em aproximadamente 15 dias.
Esse avanço tecnológico envolverá a transferência de mais de 10 milhões de processos e 200 terabytes de dados para a Nuvem, garantindo a continuidade dos serviços judiciais e aumentando a resiliência da infraestrutura de Tecnologia de Informação e Comunicação. A movimentação não só proporcionará maior segurança e acessibilidade, mas também modernizará o funcionamento do TJRS, alinhando-o às melhores práticas tecnológicas atuais.
Para o Presidente do Conselho de Inovação e Tecnologia (CONINT) do TJRS, Desembargador Antonio Vinicius Amaro da Silveira, ao integrar tecnologias de ponta – como inteligência artificial, ciência de dados e avançados protocolos de segurança cibernética -, o TJRS não só assegura a continuidade dos serviços judiciais em tempos de crise, mas também se posiciona na vanguarda da inovação tecnológica no judiciário brasileiro. “A rápida e eficiente resposta à crise demonstra o compromisso do TJRS e de seus parceiros com a manutenção da justiça e o suporte à população do Rio Grande do Sul, mesmo em tempos de adversidade”, avalia o magistrado.
Em um esforço conjunto com analistas do Poder Judiciário, cientistas e técnicos de empresas parceiras trabalharam para garantir que o TJRS não ficasse desprovido desse serviço essencial. Graças a essa colaboração, a migração será concluída em um tempo recorde. “Com a Nuvem, o TJRS está preparado para enfrentar os desafios futuros, garantindo uma justiça mais ágil, transparente e acessível para todos”, acrescenta o Presidente do CONINT.
Mas, afinal, o que é Computação em Nuvem?
A tecnologia proporciona acessar serviços, arquivos e recursos em ambientes virtuais. A Diretora da Direção de Tecnologia da Informação e Comunicação (DITIC) do TJRS, Vanessa Barbisan, destaca entre as vantagens a capacidade de processamento, a execução de tarefas complexas e o armazenamento de grandes volumes de dados. “A Computação em Nuvem pode parecer complexa à primeira vista, mas é bastante simples. Imagine ter um computador superpotente em casa, mas, em vez de ser limitado a um único dispositivo, você pode acessar essa potência de qualquer lugar do mundo, através da internet. Basicamente, a Computação em Nuvem é isso: usar um supercomputador que está em outro lugar para armazenar e processar seus dados e executar programas”, explica.
O TJRS usará o Sistema de Computação em Nuvem Amazon Web Services (AWS).
O Assessor Especial da Presidência para Tecnologia e Inovação, Alsones Balestrin, destaca que a ferramenta tem sido uma das estratégias mais utilizadas por empresas e instituições públicas ao redor do mundo. Ele cita empresas privadas – como Netflix, Airbnb e Magazine Luiza – e instituições públicas nacionais e internacionais – entre elas, Agência Central de Inteligência Americana (CIA), NASA, Tribunal Superior Eleitoral, Polícia Federal e Banco Central – que têm adotado essa tecnologia para otimizar suas operações. “No Brasil, por exemplo, o Conselho Nacional de Justiça tem promovido a adoção da Nuvem em todo o Sistema Judiciário brasileiro. Através de iniciativas como o Programa Justiça 4.0, o CNJ incentiva tribunais a adotarem soluções tecnológicas para melhorar a prestação de serviços e a transparência”.
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