A mulher acusada de agredir e tirar a vida do sobrinho de dois anos de idade em Ponte Serrada, no Oeste, irá a júri no próximo dia 16. A sessão inicia às 9h com portas fechadas. A determinação é do juiz Rômulo Vinícius Finato, da Vara Única da comarca, e objetiva garantir a ordem dos trabalhos diante da grande repercussão e comoção que o fato causou na comunidade. Além de homicídio qualificado por tortura, motivo fútil e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, a agressora será julgada também por tortura de outros quatro sobrinhos com idades entre dois e 10 anos – irmãos da vítima fatal.
O julgamento acontece poucos dias depois de o crime completar um ano. De acordo com a denúncia, por volta de 19h do dia 5 de março de 2022, a acusada agrediu o menino com chutes, tapas, socos e chacoalhões que causaram a morte da criança por politraumatismo. Já os irmãos eram agredidos com uso de fio de TV, chinelo, sandália grossa, cano de PVC e cinto.
Em dezembro do ano passado, o companheiro da acusada foi condenado a 50 anos de prisão, em regime fechado, pelo crime de tortura contra as mesmas crianças. A sentença ainda determinou o pagamento de indenização no valor de R$ 20 mil a cada vítima. O júri também aconteceu sem presença de público. Consta na denúncia que, além de utilizar os mesmos materiais que a mulher para castigar as crianças quando se sujavam ao brincar, o homem amordaçava e amarrava os sobrinhos em cadeiras para assistirem às agressões ao irmão menor – que acabou por morrer. Em uma das ocasiões, o acusado afogou o menino no vaso sanitário porque ele fazia as necessidades fisiológicas nas roupas. Nesse dia, a perna da criança foi quebrada durante as agressões e precisou de cirurgia.
O casal foi preso dias após a morte do menino. Os cinco irmãos foram deixados aos cuidados dos tios para que a mãe trabalhasse em outra cidade, no Alto Vale do Itajaí. O homem é irmão da genitora. O processo tramita em segredo de justiça.
TJSC