Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 24/02/2023 20:59
O juiz Gustavo Gomes Kalil, da 4ª Vara Criminal da Capital, após reunião no último dia 15 de fevereiro com Stephan Wiebach – adido da Polícia Federal Criminal da Alemanha (BKA) em São Paulo –, encaminhou ao diretor do Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto, no Centro do Rio, o ofício do representante alemão solicitando a preservação do corpo do belga Walter Henri Maximilien Biot, encontrado morto no apartamento em que morava com o marido, o cônsul alemão Uwe Hebert Hahn. O companheiro da vítima, acusado de ter cometido o homicídio, está foragido e seu nome está na Difusão Vermelha da Interpol – banco internacional de procurados e foragidos.
O crime aconteceu no dia cinco de agosto de 2022, no interior da residência que o casal dividia em Ipanema, na Zona Sul. O cônsul foi denunciado por homicídio triplamente qualificado e com a agravante de ter sido contra o seu cônjuge. A denúncia oferecida pelo Ministério Público descreve que o crime foi cometido por motivo torpe, já que o acusado nutria um sentimento de posse pela vítima, subjugando-a financeiramente e psicologicamente e não admitindo que a mesma tentasse estabelecer algum nível de independência, seja economicamente ou estabelecendo relações de amizade com outras pessoas. Além disso, o delito foi praticado com emprego de meio cruel, com severo espancamento, e com recurso que dificultou a defesa de Biot, que se encontrava com sua capacidade de reação reduzida por conta de ingestão de bebida alcoólica e de medicação para ansiedade.
No despacho, o magistrado pede que se oficie com urgência, via e-mail, o diretor do IML perguntando se é viável a solicitação da preservação do corpo do belga e até que data isso é possível, a fim de que seja realizada nova perícia solicitada pelo governo alemão.
Processo Nº 0215839-10.2022.8.19.0001
IA/FS
TJRJ